sábado, 9 de outubro de 2010

.carta ao cego



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Que, em seus olhos,
Tenha uma luz sem cor
Que, mesmo incroma
Encontre o brilho do sol
E o som do beija-flor.


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

.quem ensina?

[dedicatória ao professor]


Não seria o quadro negro,
Diante de seu musgo flanco
Maquiado de giz branco,
Aclamando o mundo grego?

Ou seria, ao ver do banco,
Mestre-sala viés emprego
Exultante em sumo apego:
- Eu vos digo, amigo, franco!





"O professor disserta sobre ponto difícil do programa.
Um aluno dorme, 
Cansado das canseiras desta vida.
O professor vai sacudí-lo?
Vai repreendê-lo?
Não.
O professor baixa a voz,
Com medo de acordá-lo!"

Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

.Tolkien, nosso querido Pai

[dedicatória]


[John Ronald Reuel Tolkien]




olkien nasceu na África do Sul e aos três anos de idade, com sua mãe e irmão, passou a viver na Inglaterra, terra natal de seus pais. Desde pequeno fascinado pela lingüística, cursou a faculdade de Letras em Exeter. Lutou na Primeira Guerra Mundial, onde começou a escrever os primeiros rascunhos do que se tornaria o seu "mundo secundário" complexo e cheio de vida, denominado Arda, palco das mundialmente famosas obras O Hobbit, O Senhor dos Anéis e O Silmarillion, esta última, sua maior paixão, que, postumamente publicada, é considerada sua principal obra, embora não a mais famosa.


Namarië (trecho do poema)


Ai! Laurie lantar lassi súrinen;
inyalemíne rámar aldaron;
inyali ettulielle turme márien;
anduniesse la míruvórion.
Varda telúmem falmar kírien;
laurealassion ómar mailinon.
Elentári Vardan Oiolossëan.
Tintallen máli ortelúmenen.
arkandavá-le qantamalle túlier;
e falmalillon morne sindanórie;
no mírinoite kallasilya Valimar.


sábado, 4 de setembro de 2010

.soneto da desilusão


[da série: poemas escritos por duas mãos direitas]


Desprovido de caráter, tal proposta
Moradia de discurso adverso, nacional,
Causa de berço aberto ao eleitoral,
Cuja voz que anuncia a própria bosta.

Sem saber como livrar-nos deste mal,
Fico a vagar esperando tal resposta,
De algum destes, que possua boa aposta
Pra aquecer essa esperança trivial.

Tal qual fundaram uma nação anciã
Meu coração rebumba pelos pais,
Inibitórios de justiça do amanhã.

E, assim, avançamos sempre mais
Para guerra de batalha sempre vã,
Neste jogo de políticas imorais.

Lucas Mesquita&Lívia Macedo



O BLOG NOSSAS MINIATURAS APÓIA A CANDIDATURA DE 
MARINA SILVA - 43DE FORMA DEMOCRÁTICA E PESSOAL.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

.coisas barrocas

[da série: resposta aos poetas]
Gregório de Matos


À instabilidade das cousas no mundo.


Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol e na luz, falta a firmeza,
Na formosura não se crê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.






Lucas Mesquita


A luz que permanece no mundo


Eu discordo, pois o sol se funde ao chão,
Vem seguido pela fome de Orfeu.
Ante ao fim, retorna pro que já sofreu,
Mesmo que, pra nós a senda é escuridão.

Sua luz de nada importa frente ao breu,
O sol só se acaba em triste solidão,
Contudo, renasce  adiante no Japão,
A beleza se ocultou, mas não se perdeu.

As contradições que causa, poeta,
É devido ao seu estado apolar,
Mas a luz se eterniza e nos afeta.

O mundo é ignorante e vulgar,
Mas carrega uma certeza predileta:
Que a firmeza relativa a quem amar. 

sábado, 28 de agosto de 2010

.selosfones - 3ª parte

Selo recebido por Lívia Inácio do blog: http://letrinhasdispersas.blogspot.com/


(repassando por justiça)
Todos os que anuncio no cabeçalho esquerdo do blog.


terça-feira, 24 de agosto de 2010

.o evangelho

São versos contados, palavras andantes. Não é templo, livro, rito; é certeza, é todos, é tudo, é morte, é vida , é grito. É o aflito e o são, o viajante e o anfitrião. É o amigo que lambe suas feridas, é mais amigo que o cão; Salvação é conseqüência, cuja causa é o perdão, derivado de influência contra a religião. Evangelho é pureza, é menino, passarinho, campo de trigo e brilho do sol... Evangelho é a palavra não dita, o testemunho vivido com um copo de água fria, longe de inquisição. O amor do evangelho é humano, não exige sacrifício, obrigação. O evangelho é mais patente na criança de um ano que na mão do ancião, detentor de ilusão. Se fosse apresentado como realmente é, não haveria ser humano que negasse ser cristão.







"...Quem me guia é quem me fez,
Eu vivo um dia de cada vez..."
Crombie

domingo, 22 de agosto de 2010

.razão, fé ou sabedoria?

E eles não chegaram às conclusões:


- Pois toda forma de pensar - sugeria Mauro - deve estruturar-se em razões, autenticidade de pensamento. Vide o empirismo e o racionalismo: ambos se baseiam e falam por si só, tendo, como ponto de partida, que todas as coisas são adaptadas ao ser humano por meio de um ou outro instrumento, seja sensorial ou inapto. 


- Todavia, - continuou Rubem - o conhecimento não deriva apenas dos argumentos. Existe a fé.


- A fé não se aplica na razão,  - cortou-o, Mauro - portanto não pode ser levada a sério entre os que se utilizam da lógica. Fuja desse pensamento!


- Vamos com calma, meu amigo, - censurou Rubem - pois mesmo os empiristas não se opõem sobre os racionalistas com a certeza da verdade absoluta, ou vice e versa. E possível discutir a fé com argumentos, mesmo que seja de forma teórica, que de nada vale, mas sustenta idéias. Não sobreponha minha fonte de pensamento acusando-a de louca.


- Não o faço - explicou Mauro - Mas a partir de qual linha de raciocínio lógico você sustentaria a fé, mesmo que teoricamente?


- Provando sua real funcionalidade e praticidade - respondeu Rubem.


- Não acredito - replicou, Mauro - que possa sugerir que o mundo está caminhando por veredas fiéis à ética e a moral, devido a fé. A história toda comprova o contrário. O que acha, palhaço?


E o palhaço que, no canto da mesa, nada falara, respondeu:


- Não importa o que penso, mas o que é...


- E o que é? - perguntou Rubem.


- Uma conversa de tolos. - ... E saiu.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

.a ladeira e a labuta

(da série: poemas escritos por duas mãos direitas)

Ela cai, ela vai, ela leva
Desce o céu, sobe o mar 
Entre o pó, pedra e relva
Ladeira, cadeira do ar.

Pedro, sobe, pede passagem
Sobe, ascende a coluna dorsal
Dói a junta fardada em paisagem
Sobe a rua, noite aluvial.

Ela cai, ela vai, ela leva
Desce o céu, sobe o mar 
Entre o pó, pedra e relva
Ladeira, desejo de alar.

Traz areia, pedra e cimento
Traz suor, fadiga e afã
Pedro desce o sol, truculento
Numa luta contínua e vã.

Ela cai, ela vai, ela leva
Desce o céu, sobe o mar 
Entre o pó, pedra e relva
Ladeira, vereda do azar.

Chega, Pedro, que é só arrepio
De vontade da mente esvair
Desejoso, sente um calafrio
Pelas pernas que hão de suprir.

Ela cai, ela vai, ela leva
Desce o céu, sobe o mar 
Entre o pó, pedra e relva
Ladeira, que o chão quer guiar.

E se os ventos não soprarem
Nem o céu azul desabar
Não é problema, todos sabem
Às seis, Pedro tem que andar.

Lucas Mesquita&Lívia Macedo

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

.diante do portão

“Desejo passar. Abre-me o portão”
Disse o demônio ao alto Vigilante,
Que, sem mover-se, interrogou então:
“Como chegaste a senda tão distante?”

“Não me faças perguntas, abre apenas.
Porquanto aqui cheguei, o mero ensejo
De alcançar este locus me dá plenas
Razões de passar só porque desejo.”

“Quem és?”, gritou a grande Sentinela.
“Falando assim, bem vês que me inquietas.
Percebo que chegaste por aquela
Trilha feroz que segue duras retas.”

“Sim, foi esta longuíssima jornada.
Se aqui cheguei, por que me impedirias
De prosseguir? Não vou parar por nada,
Nem voltarei por tão ásperas vias.

Só posso seguir mais e mais adiante
E não revogarei tal decisão,
Não cabe desistir já tão distante.
Agora... deixar-me-ás passar, ou não?”

Yuri Ikeda, o felino

terça-feira, 17 de agosto de 2010

.gentes





(da série: poemas escritos por duas mãos direitas)

De gente pra gente, aos lados, em frente,
Ao dia que atente uma nova versão.
Cada qual, afinal, com o seu batente,
São vidas sem rimas - mas que aversão!

Tem gente que ama por bajulação,
Tem gente que julga, tem gente que mente
Tem gente sentada num frio vagão
Tem gente correndo, tem gente! Tem gente!

Tem gente pescando na beira do rio,
Tem gente rodando em um carrossel,
Tem gente inocente sofrendo de frio.

Tem gente traindo, trepando em bordel,
Tem gente deixando o copo vazio,
Tem gente, tem gente, perdendo o céu.

Lucas Mesquita&Lívia Macedo

.selosfones - 2ª parte






Selo recebido por Gaby Soncini do blog: http://uma-doce-melodia.blogspot.com


(repassando por justiça)
Seus blogs são amigáveis:

Blog da Lívia Inácio. Um recanto sem igual de inigualável talento poético e de sonhos versados.

Espaço de Kenia Cris. Mais um universo de sentimentos expostos com a intensidade de uma avalanche e a serenidade de um bem-te-vi.

http://herculanoneto.blogspot.com/
Ao poeta baiano que descreve com profundidade todos os desejos e curiosidades, tanto de um leitor quanto de um escritor.


http://laramaral-teatrodavida.blogspot.com/
Blog da Lara Amaral, a menina azul escuro com o blog dourado. Faz dos palcos e das cortinas, sua alma e essência.

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