Eu queria ter o dom de trabalhar com as palavras. Como diria Bilac (e o Marcelo Camelo[rs]): trabalhando como um artesão... Mas de forma mais coloquial. Ou quem sabe misturar o formal com o informal. Sei lá, produzir mais e teorizar menos, afinal não é por ser uma palavra que precisa ficar num papel.
Pensando nisso tentei algum esboço ainda flácido e murcho, comparado ao que realmente espero que se torne esse balão, num futuro mais próximo do que eu possa imaginar.Palavras caladas sozinhas
São letras, isoladas – são pretas, discriminadas
São ócios do ofício
Somente tão ligadas ao nada, ao nunca
Ao lado oposto do gosto
Ao lado direito do rosto
Sublinham formas oxidantes em pó
Negritam suas teias – seus pares de vogais
[e de meias
Rascunham seu papel em branco
Num canto desencantam teorias
Receitam o remédio do tédio
Ressuscitam um acento agudo
E me assento como um mudo
Sem voz.
Como um silvo bem suave
E singelo amarelo, um linho grave
Gravo em pedra o que lembrei, do nada
São palavras caladas
Sozinhas.
4 comentários:
Adorei seu canto.
Estou te seguindo para poder te visitar sempre.
As palavras tem um poder que desconhecemos e mesmo assim querendo sempre conhecer.
Um beijo!
e quando sabemos usá-las, podemos dizer que temos o mundo em mãos.
Ótiiiiimo texto!
Olha, vc é brilhante...nos seus textos profundos, nos seus gestos, na sabedoria tão jovem, vc é vc. Grande beijo. Que Deus conserve essa característica e as outras tbm...mamys
gostei muito. xD
sempre seguindo suas palavras ^^
carlosbranco.com.br
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