sábado, 31 de julho de 2010

.as duas montanhas

(da série: poemas escritos por duas mãos direitas)

Sobre o mundo e suas colunas:
Membros de duas lacunas
Esculpidos em monte cavo;
O amor por entre as brumas.
Num extremo a solidão,
N'outro o choro como espumas.

De um extremo à outra ponta,
Vivendo puro faz-de-conta:
Tentam crer que algum dia,
O acaso que os afronta
Cairá num cais aberto
Redimindo a estrada pronta.

Lá, na breve criação,
Eles morreram de ilusão
De unir suas mãos abertas
Sob a benção de um tufão,
Erradicando a tristeza
Com a esperança de união.

Quando então fez-se sol,
Depois que lá si bemol,
Os dois genes singular,
Frente a rota de um farol,
Se uniram permanentes:
Entre as farpas de um anzol.

Lucas Mesquita & Lívia Macedo


0 comentários:

Postar um comentário

Related Posts with Thumbnails