(da série: poemas escritos por duas mãos direitas)
Ela cai, ela vai, ela leva
Desce o céu, sobe o mar
Entre o pó, pedra e relva
Ladeira, cadeira do ar.
Pedro, sobe, pede passagem
Sobe, ascende a coluna dorsal
Dói a junta fardada em paisagem
Sobe a rua, noite aluvial.
Ela cai, ela vai, ela leva
Desce o céu, sobe o mar
Entre o pó, pedra e relva
Ladeira, desejo de alar.
Traz areia, pedra e cimento
Traz suor, fadiga e afã
Pedro desce o sol, truculento
Numa luta contínua e vã.
Ela cai, ela vai, ela leva
Desce o céu, sobe o mar
Entre o pó, pedra e relva
Ladeira, vereda do azar.
Chega, Pedro, que é só arrepio
De vontade da mente esvair
Desejoso, sente um calafrio
Pelas pernas que hão de suprir.
Ela cai, ela vai, ela leva
Desce o céu, sobe o mar
Entre o pó, pedra e relva
Ladeira, que o chão quer guiar.
E se os ventos não soprarem
Nem o céu azul desabar
Não é problema, todos sabem
Às seis, Pedro tem que andar.
Lucas Mesquita&Lívia Macedo
1 comentários:
amor na vida
amor na arte
acho lindo o amor de vcs
e tão bem metrificados e rimados einh ^^
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