sexta-feira, 20 de agosto de 2010

.a ladeira e a labuta

(da série: poemas escritos por duas mãos direitas)

Ela cai, ela vai, ela leva
Desce o céu, sobe o mar 
Entre o pó, pedra e relva
Ladeira, cadeira do ar.

Pedro, sobe, pede passagem
Sobe, ascende a coluna dorsal
Dói a junta fardada em paisagem
Sobe a rua, noite aluvial.

Ela cai, ela vai, ela leva
Desce o céu, sobe o mar 
Entre o pó, pedra e relva
Ladeira, desejo de alar.

Traz areia, pedra e cimento
Traz suor, fadiga e afã
Pedro desce o sol, truculento
Numa luta contínua e vã.

Ela cai, ela vai, ela leva
Desce o céu, sobe o mar 
Entre o pó, pedra e relva
Ladeira, vereda do azar.

Chega, Pedro, que é só arrepio
De vontade da mente esvair
Desejoso, sente um calafrio
Pelas pernas que hão de suprir.

Ela cai, ela vai, ela leva
Desce o céu, sobe o mar 
Entre o pó, pedra e relva
Ladeira, que o chão quer guiar.

E se os ventos não soprarem
Nem o céu azul desabar
Não é problema, todos sabem
Às seis, Pedro tem que andar.

Lucas Mesquita&Lívia Macedo

1 comentários:

Talles Azigon disse...

amor na vida
amor na arte

acho lindo o amor de vcs

e tão bem metrificados e rimados einh ^^

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